“Cuidado, não faça aliança com teu inimigo”
Em um vale de verde esplêndido, onde os lírios nascem em sua plenitude habita uma pequenina ovelha. Seu nome traduz favor, seu nome é Graça. Ela era a única do vale, a única de sua espécie, ela era preciosa. Branca como a neve era a sua suprema qualidade, era seu diferencial, e ao mesmo tempo era sua simplicidade. Sozinha. Sem abrigo. Sonhava em escalar e subir as altas montanhas do “Futuro vindouro”, pois ouvira nas histórias antigas do “vale da decisão”, que atrás das montanhas havia um aprisco, e neste imenso aprisco as ovelhas não corriam perigo, tinham boa alimentação e proteção do “Grande Pastor” de nome Aba*. Graça sonhava com esse dia. Graça tinha medo de se sujar. Graça não conhecia as dificuldades, por isso habitava entre os juncos de lírios, a beira do rio do descanso oportuno, ela tinha tudo para ficar acomodada, e assim o fez. Ela tinha um sonho como qualquer animal do vale da decisão, mas achava em seu coração dificultoso e fadonho lutar por eles.
Graça era muito vaidosa, e de fato era agradável aos olhos, o Velho Tempo com toda a sua sabedoria a chamava de resplendor, por que dizia ele, que quando via Graça caminhado por entre os lírios, era como um pedaço de algodão com luz, e o Velho Tempo amava o resplendor. E já tinha feito um pedido de casamento para a pequenina ovelha. Ele disse certa vez: -Casa-se comigo Graça, te farei imortal e habitarás no vale para sempre, porém a ovelhinha recusou o pedido do velho. E disse em voz alta: - Tu és velho demais para mim. Graça era acomodada, pensava apenas no tempo presente, como era ingênua sempre ia pedir conselhos a astuta serpente, de nome Altivez. A serpente queria devorar a Graça, mas a boba ovelha não percebia as artimanhas da víbora. Não
sabia que tudo o que a serpente queria era provar sua carne. Em um dia desces, a ovelha acordou como de costume e saiu para ruminar uma deliciosa porção de capim com orvalho, ela não sabia que seu dia seria marcado pelo coração astuto, porém mal da víbora. A serpente que não dormiu a noite, fez um buraco no solo macio, que caberia uma ovelha, a Graça. Seguindo seu caminho tranquilamente, Graça foi surpreendida pela emboscada bem arquitetada da serpente que já estava à espera da tonta. Ela caiu como planejado, pensou a astuta serpente, que não quis diálogo com a ovelha, sendo assim Graça foi devorada pela amiga-da-onça, na verdade Graça foi devorada pela sua tolice, fez aliança com o inimigo e não sabia. E junto com ela foram seu sonhos de escalar as montanhas e de conhecer O Pastor, de conhecer Aba.
ABA: em grego significa Pai*
Texto retirado com permissão do Livro - Crônicas Eternais - capítulo12 - pág 1.769
Ed. Fragmentos
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