30 de agosto de 2011

Dos olhos, as tempestades.

Por: Dan Novachi


'Retribui-lhe com os olhar cinza, do modo como ele mais detestava. Fazia-lhe sentir como se sua existência fosse ignorada, logo ele, o senhor dos egos. Pois que instintivamente sentia que deveria fazê-lo sentir um pouco de desprezo, não que ele houvesse me feito sentir o mesmo, é só que talvez devesse ensiná-lo um pouco das coisas.
Talvez ainda não lhe tenham contado, mas os seus olhos azuis não suprem completamente o coração, os meus cinzas que o digam. Foi um momento completamente degradante, ter que aprender a me abandonar, aos poucos... Simplesmente porque ele achava belo olhar meu abdome enquanto eu me alongava. Dói, sempre dói. Ainda que não explicitamente. Estas pessoas todas devem aprender boas lições, eu mesmo, estou desaprendido.
Se bem que ventou um pouco depois e ficou meio como mar em tempestade: os olhos dele azuis, os meus cinzas e o vento. Não haviam barcos, todos os sonhos foram naufragados. Esqueci de dizer que os azuis dele eram também muito tristes e um tanto quanto caídos, 'uma tristeza charmosa', como gostei um dia de chamar. Charme também não me encheu o coração. A questão toda se resumiria a falta de conteúdo, ainda que tivéssemos almoçado juntos diversas vezes. Falávamos sobre o nada e a falta de assuntos incidia em nada produtivo.
Acho que foi muito assim, talvez devesse agradecer, talvez não. Cansei-me de arquiteturas já faz mais de algum tempo, e ainda que goste de observar os livros dos arquitetos, seus olhos já não me cativam mais.
Escrevo isso para lhe desejar um bom almoço, já que não utilizei palavras. Também para dizer que não me alongo mais.'
'- - - - - - - - Pois que encontramo-nos ainda depois, um olhar complacente, um sorriso amigo e um beijo no rosto. Mas olhe, de nada mais adiantaria, eu acabara de tomar um café e estava todo negro e amargo.'


Crédito para imagem:  
http://cdn.blueblots.com/wp-content/uploads/2011/01/18-Black-and-White-Boat.jpg






"Fazia tanto tempo que a gente não se via, que nossas almas não se encontravam.
O tempo fez de tudo para nos unir novamente, uma espécie de visão filosófica, um emaranhado de vontades que se despertaram com a presença um do outro. "

Tive medo...



25 de agosto de 2011

Crianças de rua

Por: Carla Reichert



O episódio ocorreu em São Paulo. Um grupo de crianças que ninguém sabe de onde veio, aterroriza comerciantes, invadindo lojas.
Crianças drogadas, crianças pequenas e sem rumo. Invadiram um hotel e foram pegas logo depois. 
A notícias mais recente é que duas pediram para ir embora do abrigo onde foram deixadas e as outras fugiram!!!!Só restando duas delas no abrigo onde foram deixadas.

Me pergunto agora como é possível isso? Existe bom senso dos responsáveis pelo abrigo, do conselho tutelar, do Estado, da polícia, do juizado de menores? 

Mas que tipo de notícias é essa, que no dia seguinte, como foi noticiado e filmado duas dessas crianças já haviam voltado às ruas e ao mesmo comércio?

Como assim, duas crianças pediram para sair do abrigo e foram atendidas...eles abrem a porta e pronto?

Qualquer um de nós consegue entender que há descaso, que não há preocupação e que na cabeça destas pessoas não existe mesmo comprometimento em sua funções.

Falta de vontade de realmente oferecer ajuda para esse meninos.

Ou será que eles estão mesmo jogados a própria sorte que na verdade para as autoridades funciona na base do "que se dane".

Acredito que muitos governantes (essa política que só é política na hora de pedir votos) não estão preocupados nem mesmo em fiscalizar seus órgãos...

Isso é inadmissível. Falando francamente essas crianças só foram tiradas da rua quando fizeram tanto vandalismo que os comerciantes já não podiam mais com a situação. Não há um mínimo de vontade que seja, de encaminhá-las para uma instituição séria. Elas não precisam somente de um abrigo. 

O que deveria ser feito logo após a apreensão dessas crianças? 

Primeiro saber de onde vieram, quem são suas famílias, descobrir o que acontece dentro de suas casas...se é que elas tem uma e se é que são aceitas pelas famílias. 

Encaminhar para local seguro, longe das drogas, das ruas. Onde está a assistência-social, psicólogos, juizes, educadores...onde?

Não existe ninguém interessado em recuperar essa infância acometida pela miséria, fome, vício em tão tenra idade?

Depois a sociedade reclama que foi assaltada, que a rua está tomada pela bandidagem, pela falta de oportunidade. 

Esse caso é um exemplo muito claro do que acontece aqui no Brasil com meninos de rua. 

E o descaso começa em suas famílias...depois é do Governo. É inaceitável.

o link da notícia

24 de agosto de 2011



Ela derretia,
 derretia.
Não era tão comum assim, era necessário. Uma cera capaz de nos fazer grudar um no outro, e no derretimento dos sentimentos, você se apagou...
A minha única vela.
O meu último suspiro...






20 de agosto de 2011



...Eu nem sempre concordo com a sua opinião, mas por veneração a ti, me rendo. 
E devagar limpo a poeira deixada pela saturação de cor de tua angustia, de teus ventos e me distraio.
E no leva e traz da brisa compreendo que a nossa vida foi muito rápida, um colapso incomum, uma aceleração de batimentos cardíacos de uma reviravolta anexa, uma humildade pisada, então desacelero-me.
Percebo que tudo não passou de um simples engano, uma metáfora, uma incógnita.




19 de agosto de 2011

O que é amor...


Amor é quando você fala para um garoto “que linda 
camisa ele está vestindo” e aí ele a veste todo dia. 
Noelle, 7 anos.

Amor é quando você sai para comer e oferece suas
batatinhas fritas, sem esperar que a outra pessoa te
ofereça as batatinhas dela.
Chrissy, 6 anos.

Amor é quando alguém te magoa, e você mesmo muito
magoado não grita porque sabe que isso fere seus
sentimentos.
Samantha, 6 anos.

Amor é quando seu cachorro lambe sua cara, mesmo
depois que você deixa ele sozinho o dia inteiro.
Mary Ann, 4 anos.

Amor é quando minha mãe faz café para o meu pai e
 toma um gole antes para ter certeza que está do gosto
dele.
Danny, 6 anos.

Amor foi quando minha avó pegou artrite, e ela não
 podia se debruçar para pintar as unhas dos dedos do
pé. Meu avô desde então, pinta as unhas para ela.
Rebecca, 8 anos.

O amor não é quando o seu amor corre de você no
pega-pega, e sim quando ele te da a mão e chama para
correr com ele.   
Mary, 6 anos.
 
 
 

17 de agosto de 2011

Uma apresentação de um ser não presente.

Por : Dan Novachi



Acabei de me obrigar, será assim: tenho 11 minutos para escrever este texto! É o único jeito, afastar um pouco, por uma dezena e uma unidade, a pilha de coisas que me escraviza. Enquanto ouço música instrumental, um compositor francês que narra em sons a vida de personagens, inclusive da amada Amelie, me lembro de uma palavra torturante: PROCRASTINAÇÃO.
Tenho procrastinado há anos, desde o nascimento. E eis que hoje fiz café às 15h, enquanto lá fora da janela faziam 32 graus nas medidas do Célsius, se bem que ele pudesse talvez ter se enganado e não saber realmente calcular as temperaturas do inferno. Ainda sobre o café, percebes a falta de convenção? Ao invés de fazê-lo às 16h, adianto-o 1 hora, e estas trocas constantes de horas tornam-me um 'associal'. Isto mesmo, jamais poderia sentar-me para o chá com um inglês, veja só.
Mas veja bem que sou jovem. NÃO INTERESSA, pedem-me que seja adulto, mesmo vestindo uma camisa lilás. E quando me sorriem (sim, os outros adultos me sorriem) fazem-o com todos os tons da ironia. Então eu juro: essas convenções ainda me matam. Vou cuidar-me, cuidar do que é meu, do meu own way, que pra mim é o que importa.
3 minutos. Eis que vou-me embora e peço perdão. Nem sempre será assim, que isto daqui não é um diário. E saibam, todos, que a minha palavra de ordem é o amor, que uma pessoa nada perderá em dá-lo ' e às vezes receber um pouco em troca', como diria C.L. É Dan, viu? Dan Novachi. São três letras e soa como 'the american name'. Um abraço e as desculpas, todas. 





Dan Novachi; escrito em 17 de agosto de 2011, às 21 horas e 10 minutos. 

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16 de agosto de 2011


 
A união opressiva pode nos distanciar, e ao mesmo tempo nos entrelaçar. 
Digo isso, pois muito além de mim mesmo está você, a minha saída o meu coração.
E digo mais, é fantasioso o esclarecimento do meu eu, e dessa razão abstrata o meu sangue se vai, íntimamente, ligeiramente. 
Unindo-me. 
Um quebra cabeça de alegrias, uma convivência com a paixão, uma substância alucenógena do afeto que prende.


Imagem: Blog da Converse Brasil.



(...) Sempre foi melódico o teu tom vibrante, sua característica sempre foi a nota fá#.
No canto da partitura, ou lá em cima no céu. 
O teu canto é notório em minhas veias, é minha respiração ofegante!
O meu baluarte anil...


Imagem: Blog da Converse Brasil.

12 de agosto de 2011

...frase de Ana Jácomo.

 Cheiro de Flor qundo ri.

continuando...


Eu sou esse desafio todo. Já fui a razão de uma briga alheia, de um comparecimento em causa permanente, o vinho na taça da luxuria, que pouco importa se já foi ou se estacionou na atmosfera da embriaguez insensata.
Eu não sei mais o que é ser base, o que é ser chão, já que prefiro o bem estar de flutuar nas nuvens tempestivas de tua ira, de tua cólera, dessa rapidez toda.
Sou esse grilhão, um aguilhão enfurecido. O mastigar repentino no matutino sentido de levantar anestesiado pela covardia de caráter duvidoso. Eu não sei o que é ser feliz há muito tempo. O contentamento da risada recheia o minha face, porém o escuro envolve meus pensamentos mais íntimos, mais sonhadores, eu prefiro não pensar nisso.
Já tive muita vontade de gritar – a boca não o permitiu – me calei.
Bofeteou-me a face – chorei.
Mas, nem sempre foi assim. Envolvo-me com as cantigas de roda, com melodia dos tambores afro, a percussão do infinito. Restauro-me.
Em tempo oportuno as ocorrências cotidianas não existem, a fé retorna, eu volto ao jardim. Uma inocência germina, a felicidade é uma lembrança, um conto infantil.

O suficiente...



Leia-me de traz pra frente, calcula-me na exatidão do querer, veja-me no ângulo do nascer de novo.

Beba-me.
Explore-me.
Tranque-me.

A minha força de vontade é satisfazer sem concupiscência o teu destino, já que a carência é uma questão de distanciamento; um esfriamento de conduta, eficaz liberdade, sensação única, privilégio pleno de estar perto; perto o suficiente num encontro de uma pérola. 
Você. 



...Passou um furação no copo com água,
A coagulação do sangue parou. 
O crime estava feito.

9 de agosto de 2011

Medo...



Quando você existia, era mais fácil suportar a dor, essa dor tamanha.
Quando você se foi, ficou mais fácil ficar perto da morte!



8 de agosto de 2011

Amparo...

(...) eu ainda não sei definir você, 
já me distraí com teus passos na areia.
Minha boca já clamou por uma mordida em tua pele morena.
As mãos que já lhe tocou um dia, hoje apenas rabisca em folha em branco, tentando encontrar o teu contorno, a tua curva perfeita.

5 de agosto de 2011

Falas...


"...Eu somente queria que as frases aqui escritas se juntasse a você.
Que sufocasse como cheiro de roupa lavada, como aroma de comida caseira.
Gostaria muito que nosso amor não fosse separado por sílabas, nem que tivesse definição ruim.


Era pra ser somente uma frase, um paragrafo se quer, pra mudar o que preciso for, no que tiver que ser.


Eu somente queria te sugar e nada mais!"





3 de agosto de 2011

Pink Floyd "Shine On You Crazy Diamond" Syd Barrett Tribute

A Maçã no Escuro (trecho) | Clarice Lispector...

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Primeira parte: Como se faz um homem
Dois

Aquele homem andou léguas deixando o casarão cada vez mais para trás. Procurou andar em linha reta e às vezes se imo¬bilizava um segundo agarrando com cautela o ar. Como andava nas trevas não poderia sequer adivinhar em que direção deixara o hotel. O que o guiava no escuro era apenas a própria inten¬ção de andar em linha reta. O homem bem poderia ser um negro, tão pouco lhe servia a claridade da própria pele, e ele só sabia quem era pela sensação em si próprio dos movimentos que ele próprio fazia.
Com a mansidão de um escravo, ele fugia. Certa doçura o tomara, só que ele vigiava a própria submissão e de algum modo a dirigia. Nenhum pensamento perturbava sua marcha constante e já insensível, senão de vez em quando a idéia mal aclarada de que talvez estivesse andando em círculos, com a desconcertante possibilidade de se achar de novo diante das paredes do hotel.
Sempre, além do chão que os passos alcançavam, era a escuridão. Já caminhara horas, o que pôde calcular pelos pés grossos de cansaço. Só descobriria aonde se delineava o horizon¬te quando o dia raiasse e dissolvesse as brumas. Como a escuri¬dão ainda se mantinha tão colada aos olhos inutilmente abertos, terminou por concluir que escapara do hotel não de madrugada, mas em plena noite. Tendo dentro de si o grande espaço vazio de um cego, ele avançava.
Já que não precisava de olhos, experimentou andar de olhos fechados, pois numa precaução generalizada ele economi¬zava o que podia. De olhos cerrados pareceu-lhe que rodava em torno de si próprio numa tontura não de todo desagradável.
À medida que caminhava o homem sentia nas narinas aquela aguda falta de cheiro que é peculiar a um ar muito puro e que se mantém distinta de qualquer outra fragrância que tam¬bém se possa sentir — e isso o guiava como se seu único des¬tino fosse encontrar-se com o mais fino do fundo do ar. Mas seus pés tinham a milenar desconfiança da possibilidade de pisar em alguma coisa que se mova — os pés apalpavam a moleza suspeita daquilo que aproveita a escuridão para existir. Pelos pés ele entrou em contato com esse modo de ceder e poder ser moldado que é por onde se entra no pior da noite: na sua per¬missão. Não sabia onde pisava, se bem que através dos sapatos que se haviam tornado um meio de comunicação, ele sentisse a dubiedade da terra.
O homem nada poderia fazer senão esperar que a primeira penumbra lhe revelasse um caminho. Enquanto isso poderia dormir no chão que, distanciado pelas trevas, lhe pareceu inalcançável. Já não mais atiçado pelo perigo, desaparecera a saga¬cidade que lhe seria agora apenas um entrave. E de novo o embrutecimento suave o dominava. O chão era tão longe que, abandonando o corpo, este por um instante experimentou a queda no vácuo. Mal porém tocara numa terra que aos pés se esquivara, e esta instantaneamente se desencantou em algo re¬sistente, cujas duras rugas estáveis pareciam as do céu da boca de um cavalo. O homem estirou as pernas e encostou a cabeça. Agora que se imobilizara, o ar afiara-se e doía extremamente limpo. O homem não estava com sono mas no escuro não sa¬beria o que fazer da grande vigília. Além do mais não tinha assunto.
A essa altura já se havia habituado à música estranha que de noite se ouve e que é feita da possibilidade de alguma coisa piar e da fricção delicada do silêncio contra o silêncio. Era um lamento sem tristeza. O homem estava no coração do Brasil. E o silêncio fruía a si mesmo. Mas se a brandura era o modo como se ouvia a noite, para a noite a brandura era a sua pró¬pria espada, e na brandura a noite toda estava contida. O homem não se deixou enfeitiçar pela delícia que sentiu na sua¬vidade; adivinhava que léguas além a escuridão sabia que ele estava ali. Manteve-se pois em espreita, tendo sob um perfeito controle os meios de comunicação da noite.

2 de agosto de 2011

O amor as vezes chora...



É a mesma rua solitária que a garoa umedece.
São as mesma fotos envelhecidas guardadas numa caixa de sapatos, em algum lugar do guarda-roupa.
Em um tom entristecido é minha curiosidade querendo explorar a tua camisa xadrez, o teu perfume de fundo amadeirado de exageros e fobias, ai está o renascimento das lembranças antigas e bem presentes, nunca esquecidas, jamais apagadas.
A lágrima abre a porta e decide descer a ladeira do rosto, do peito, do coração. Molhando a palha. Deslizando no ser pensante.


O amor e a saudade caminham juntos. Quem sofre mais é o amor, as vezes entro no quarto e o vejo chorando, ele diz que não é nada, porém eu sei que a saudade incomoda e aperta.
Nessa mesma rua o amor é capaz de morrer. A morte do amor é um mistério profundo, pois até a morte pode ser revogada se o motivo for por uma morte voluntária à favor de alguém que ama.
Eu sei o que é morrer de amor, já fui amado ( muito bem amado) e sei como é difícil e penitente achar um ser que se entregue plenamente, e em êxtase se jogue em um relacionamento duradouro e perpétuo. Sei como é difícil se amado, ser enjaulado, preso em um livro de ficção.


O coração aprende...
Que amor não pode ser guardado em uma caixa de sapato.
Que fotos, com o tempo se perde o seu valor.
Aprende que:
O amor as vezes chora...
O amor as vezes se mata!
O amor é um sacrifício existente em cada um de nós.
O amor é uma ligação santa.
O amor as vezes se cala para o mundo, e grita pra si: Eu não desisto, não me calo, eu abraço.
O amor as vezes afoga a saudade em um balde de água do esquecimento.

Só que volta e meia a caixa de sapatos se abre e tudo começa novamente. O amor as vezes chora. E a saudade contamina.

Michael W. Smith - "Shout Unto God"

1 de agosto de 2011

O novo...


... o inesperado comove, a alma resolve da um chega pra lá no velho, e se abre a porta para o novo...
o novo de cores
de alegrias, 
de pernas pro ar, 
de guerra de travesseiros, 
de se lambuzar com brigadeiro de panela,
com o amigo.


Era pra ser sagrado...



Amor:  trata-se de uma entrega, algo sagrado e pessoal, porém banalizaram tudo. 
As minha pétalas, o meu respirar, a minha consagração a ti...

Hoobastank - The Reason

O vapor...



Em uma manhã qualquer, em um suspiro altivo, no vapor da xícara de chá estava a espera.
A ansiedade dominava os dedos das mãos dela, mais precisamente do coração. 
Sua procura era por um fato, e nesse elo com o vapor da xícara as lágrimas caíam, o seu dia chorava.
É impossível saber o que ela sentia, de seus lábios nada saia, talvez se eu fosse a xícara, que ao tocar, em seus lábios, saberia claramente a dose amarga de seu ser. A dose que a neutralizava. Saberia o valor da distância. O valor da manhã.
Só Deus sabe o quando eu queria  que secassem suas lágrimas. Quanto eu queria ser o guardanapo daquela mesa, daquele coração.




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