31 de agosto de 2012

Cantigas empoeiradas























Sabe a sinfonia de tua reverberação libertadora que outrora me entusiasmava, que me introduzia ao teu imaginário sem fala, porém em gestos que me possuía por inteiro? Foi percebido em escritura, está entre a passarela do meu bem querer e do meu longe afeto desassociado que borbulha de instante em instante à procura de uma satisfação maior, que me subjugue aos fragmentos de dádivas da loucura do amor próprio, em consequência mista e aquarelada em tuas paisagens pessoais e intransigíveis do falar, trouxeram fábulas transcendentes ao meu início. São datas festivas, a alegria de o teu palpitar emotivo e maçante, do teu velar, de tuas conjugações na primeira pessoa, isso expressa teu individualismo sossegado, teus segredos escondidos. Não foi de o muito falar que me acostumei com tua conversa, até hoje me perco em teus dizeres encantadores, de tuas cantigas empoeiradas, do carregamento de conteúdo que me propôs em meados de uma aventura épica que de nostálgico compulsivamente estalava minhas algemas. 



25 de agosto de 2012

O Júbilo Sagrado






























Sagrado porque não é terreno. O que é sagrado é divino. E essa alegria é divina.
É júbilo porque satisfaz e surpreende.
Júbilo é a dança dos pastores de Belém do lado de fora da estrebaria; é Maria velando o sono de Jesus na manjedoura; é o louvor de Simeão ao Rei que está para ser circuncidado; é José ensinando ao Criador do mundo com manusear um martelo.
Júbilo é olhar para o rosto de André obse
rvando que a cesta de pão não ficava vazia; é ver os convidados das bodas beberem o vinho que havia sido água; é ver Jesus andando sobre as ondas do mar com tanta naturalidade como se estivesse passando por uma porta; é um leproso ver um dedo perfeito onde existia apenas uma protuberância... uma viúva alimentando hóspedes com a comida preparada para um funeral... um paraplégico dando saltos. Júbilo é ver Jesus fazendo coisas impossíveis, de maneira fora do comum: curar um cego com saliva, pagar impostos com uma moeda encontrada dentro de um peixe e retornar dentre os mortos disfarçado de jardineiro.
O que é júbilo sagrado? É Deus fazendo o que os deuses só poderiam fazer em seus sonhos tresloucados – usar fraldas, montar jumentos, lavar pés, dormir sob intensa tempestade. Júbilo é o dia em que acusaram Jesus de se divertir demais, de freqüentar muitas festas e de gastar muito tempo com as multidões “embriagadas” de alegria.
Júbilo é o trabalhador receber o salário de um dia havendo trabalhado apenas uma hora... o pai removendo do filho pródigo o mau cheiro dos porcos... o pastor fazendo uma festa por haver encontrado a ovelha perdida. Júbilo é descobrir pérolas, um talento multiplicado, um mendigo indo para o céu, um criminoso no Reino de Deus. Júbilo é a surpresa estampada no rosto de pessoas comuns na rua ao serem convidadas para o banquete do rei.
Júbilo é a mulher samaritana de olhos arregalados e sem fala, a adúltera saindo do seu confinamento, é Pedro aventurando-se em águas geladas para chegar perto de alguém a quem antes negara.
Júbilo sagrado é a Boa-nova entrando pela porta dos fundos de seu coração. É aquilo com que você sempre sonhou, mas nunca esperou que acontecesse. É o que é bom demais para ser verdade. É ter Deus como Substituto de emergência, Advogado, Pai, seu maior Fã e seu melhor Amigo. Deus está ao seu lado, em seu coração, diante de você e protegendo sua retaguarda. Há esperança onde você menos esperava encontra-la: uma flor no caminho da vida.
É sagrado porque somente Deus pode concedê-lo. É júbilo porque emociona. Por ser sagrado, não pode ser roubado. Por ser uma emoção, não pode ser predita.
Foi essa alegria que fez o povo dançar na travessia do mar Vermelho. Foi essa alegria que fez o povo tocar a trombeta em Jericó. Foi esse segredo que levou Maria a cantar. Foi essa surpresa que criou um clima de primavera na manhã de Páscoa.
É a alegria de Deus. É o júbilo sagrado.

Trecho extraído da Obra O Aplauso do Céu, Max Lucado.



18 de agosto de 2012

A clandestinidade da tua permanência

























Uma desvantagem tão repentina nos aguardava de manhã, não se tinha ao menos uma ideia na “cachola”, era óbvio, porém o que mais me encantava era a maneira inocente e assídua que clareava tua permanência selvagem e perpetua em meu quarto, somente eu e você, nossas intenções, jogo nosso. Os ponteiros do relógio me castigavam, e gritava à medida que minha permanência sacudia teu prazer, de fato eu era um clandestino, e não entendia o porquê de tudo aquilo está acontecendo de forma voraz, porém meu desprendimento era necessário para que a boa amizade continuasse.  A meu ver a clandestinidade se torna fabulosa, é preciso ser clandestino de vez em quando, é satisfatório de corpo e alma esse formato de inexistente que carregamos em determinados momentos de nossas vidas, e ininterrupto por falta de opção, e nos acovardamos por não saber gritar o clamor da reverberação engasgada. É uma desvantagem tão repentina! Sou clandestino de mim mesmo, de corpo e alma, sou essa reverberação de caráter clandestino, marés relutantes, de incógnitas indecifráveis, e você minha companheira é assim também, e todas essas questões que estão sendo discutida em juízo, minha litigiosidade efêmera. O que eu mais queria, o que mais eu angustiosamente precisava era devorar tua paciência, só assim me sentiria aliviado, e venceria essa desvantagem singela que permeava na mesa, na xícara de café que na exatidão do momento de rendição, foi lá que nos perdemos. 



3 de agosto de 2012

A fantasia do florescer






















É fascinante a forma como o curso da vida floresce tão rápido, é fantasioso no sentido que não retirar as mascaras colada em uma face enrugada pelas injustiças e pela morte que ambas as partes que se revelam, às vezes me pego entre mascaras e a pele enrugada, e não sei em quem devo escolher confiar. Mas, acabe escolhendo uma delas. Talvez se torne uma espécie de encorajamento para uma atitude confeccionada em seda, sob o qual se destina uma pequena amostra do que fazer realmente. 





Cladestinidade caótica



















Mudanças são inevitáveis, eu sei disso. Vento involuntário não se desvia, aparentemente devo aguentar. Por isso, que costumo subir colinas verdejantes salpicadas pela a alegria das manhãs, dos cantos que rasgam minha tímida maneira de observar o horizonte a minha frente, ato esse mais audacioso que muita gargalhada falsa embutida em raízes clandestinas de um imaginário caótico e medíocre.