26 de dezembro de 2012

A ideia de paixão

























O que remexia dentro de um emaranhado de sintomas existências e uma busca pelos acontecimentos que o deixaram em estado de tristeza profunda, e o direcionara para uma lenta e pensante descoberta de se está realmente cumprindo seu chamado em um mundo onde reinava a hipocrisia, a cólera e a morte. Observava de longe as mentiras descaradas, os sorrisos maléficos e os berros revestidos de fina camada de boas intenções. Já que não tinha muita escolha diante de uma mesa de imperfeições, a corrida fez com que os pés corressem rumo ao mais predestinados dos efeitos subversivos: a ideia de paixão.


  

Efeitos


























Os efeitos que essa droga lhe proporcionava eram devastadores, pois uma vez que se caia em suas garras, um cegueira profunda tomava conta de suas decisões e escolhas e isso podeira ser positivo ou negativo à medida que as cenas e as películas se desenvolviam endurecendo o apertado coração, a casa de todos os sentimentos. Debaixo dessa nebulosa eu escolhi ser farol para muita gente.  


13 de dezembro de 2012

Vertidos e escorregadios



























Como diria, pois se não tenho como compromisso me redimir de relapsos vividos e que não germinam resultados que acredito ser legítimo ou ofuscante. Já que sou voluntário de uma busca interior intensa e predadora, onde não me reconheço como protagonista de um enredo real. 
Parece-me que foi ontem, quando meus entusiasmos desceram de ladeira a baixo que de comprido ressurgia de personificação nostálgica e relevante a pronunciar os berços de minha redundante memória. 
Parafraseio os comentários infames de autoria terrena, e de dizeres mal articulados que seriam melhores os outros não os tê-lo dito, não os tê-lo praticado, são melhores os argumentos do tempo vindouro, do sacrifício marcante e intolerante que me fazem, que me lance nos vertidos e escorregadios momentos de descanso temporal. 



7 de dezembro de 2012

Paralelepípedos emergenciais




























A reviravolta de tua inocência concebia a mim um entusiasmo grandioso, e a distância que consumia minha espera se tornou aconchegante e inodora. E de vez em quando meus pés precisavam caminhar sobre os paralelepípedos da rua que usurpou tua forma, e encarar as árvores que absorveram teu cheiro vivificado, e sem demora tinha que interrogá-las.
Horas se passaram, o diálogo insípido secou meus lábios que de incessante percorria os quatro cantos a procura de um gole de água, secou-me a vontade de estar. E veio a tona e sentou-se do meu lado o refrigério de teu sopro. E permaneceu urgente eu passar por estes fatos, e por mais que absurdos e arrogantes se demonstrava ser, eu precisava olhá-los de relance. No fundo eu não tinha muita escolha, o que eu tinha verdadeiramente era vontade de voltar atrás, de renunciar.



Roubaram-me



























... Porém, roubaram-me o querer.
Roubaram-me os ventos vivificados, as essências que me faziam um bem tamanho. Roubaram-me as fotografias envelhecidas, os ordinários papéis que escrevia o mergulho profundo na tipografia que me originara, que do anonimato me resgatava para o agora em diante. Roubaram-me as virtudes, teus cachos, teus lábios...



28 de novembro de 2012

No sotaque de tua manhã












Tornou-se um sotaque desassossegado que mantinha minha atenção sob o refrigério de teus verbos, uma lamento pela procura que desprovia a renúncia no despertamento de tuas manhãs, de tuas chuvas, de teu gotejar...



24 de novembro de 2012

Minando-a, dilacerando-a, rendendo-a


























Sobre uma tarde qualquer os acenos diziam frases por si só, e somente em teu plantio existencial eu depositava esperanças, era o mesmo vento e dizeres que me acompanharam a vida toda, que mexiam comigo de forma paralela aos meus anseios pessoais deixados em uma dessas travessias comuns.
O verde da ponta do meu lápis se fazia presente em meu calendário, eu mesmo observava o esforço que era pra tentar esquecer os fragmentos de uma memória moída pela indignação que mais tardia que fosse apodreceu minha vivência, minando-a, dilacerando-a, rendendo-a há caprichos aprisionáveis que não me tirava da cabeça a nossa canção, o nosso testemunho.  



30 de outubro de 2012

Incandescente






























Ali, bem em ti, repousava minha fragrância, o cheiro dos teus cabelos encaracolados, da tua saudade predadora. O inconfundível néctar que produzia em meu lençol os teus gestos, o teu anonimato. Em nossa superfície um mistério incandescera nos fazendo perder os limites do tempo. Outrora, poderíamos navegar por horas, nos foi dado o direito de absorver o horizonte, de pintar as estrelas, de soprar no infinito. Éramos gente grande, gente sonhadora, pôr do sol incandescente. 


Fujo

























O risco que envolve nosso querer poucos compreendem, ou nunca, jamais vão entender de fato o que é que a nossa existência procura. Procuro como uma criança, busco o exagerado com muita velocidade, e o que esta a minha volta não entende, o que não me satisfaz me abraça, fujo de mim mesmo.



Tínhamos esse dom, essa vontade



























Peripécias foram introduzidas em nosso esperar, esculpida sem palpitar e de estalar não se tinha como resgatar o que confundimos hoje como o amor próprio, com as reticências que poderia neutralizar o que classificamos como possibilidades. Tua humilde forma de me tranquilizar, tua maneira contraditória de me repreender nos esclarecia dia após dia. E deitados em um praia do qualquer, fazíamos perguntas, questionávamos os feitos heroicos, as visões, as revelações de oráculos do tempo. Anjos. Ministradores da sala real. Lá do palácio dos Três Tronos brancos, onde tudo é sondado. Tínhamos esse dom, essa vontade. 



Nobreza negociável


























Confesso-me diante de tua nobreza, congratulo a áspera essência de um futuro premeditado, atraio de relance e me aproximo dos teus ventos pessoais, me aborreço por causa da teu reverbério infantil, dos caules de fazia de nossa amizade um flora negociável.



Rabiscos de uma liberdade afogada






























O risco de uma reviravolta tinha que ser bem reverberante e plasmável no entorno que sobressaía na nitidez exata, os raios do teu poente transfiguravam em uma face de vermelhidão, uns tinha a intenção de afogá-lo em mim, outros já tinha planos mais audaciosos, desenhos rabiscados como se assim fosse demostrar a liberdade propriamente dita.


No preparo do nosso nome






























Então, concluíamos que o sagrado é o repouso predileto, e a ausência do medo que procrastina a alma vivente, ser sagrado nos confessa com o proposital, faz com que o dialogo de nossa língua divulgue o bem, e a lanterna do nosso peito aberto ganhe aspectos de farol, sagrado meu, luz minha. O sagrado predestinado nos garante o reflexo aparente de que realmente nós somos, de quem seremos na eternidade, no berço do nascer de novo, no preparo do nosso nome, na estratégia do hoje na manhã do terceiro dia. 



25 de outubro de 2012

Aglomerado de redundâncias























Os reluzentes perpetuavam em meus comentários, os lábios se enchiam de satisfação, um aglomerado de redundâncias que provocavam minha cólera – o abrir de janelas vacilantes.
A brisa nutria teus cabelos encaracolados, o meu quarto era o nosso santuário, em promessa  jurei, em voto perpetuo me comprometi a velar sempre pelo teu sono, pela tua inocência. As paredes diziam que nosso  afeto era duradouro, e a essência jovial escrita nos vitrais, traduziam a minha esperança, meu respirar, meu anseio.



24 de outubro de 2012

Mistério do existir






















Isso ela já tinha pensado antes. Que o mundo era um mistério.  Um enigma. E que esse enigma tinha algo a ver com ela mesma. Mas agora – agora era mais do que apenas um pensamento. Agora era uma descoberta tão arrebatadora, que ela podia jurar que era isso.
Uma vaga sensação de simpatia por tudo o que existia também já lhe havia acometido antes. Algumas vezes era simplesmente o vinho a fonte desse sentimento. Mas ela nunca conseguiria se libertar totalmente da impressão de que era um ser arbitrário.
[...]
 Eu sou tudo o que existe. Sou o que apenas em momentos extremamente raros pode ser vivenciado como totalidade. Como uma pessoa.
Nesse momento, ali sentada, ela parecia personificar toda a realidade.
Acima das árvores, estrelas brilham como pontudos alfinetes espetados na noite. Sua luz se estende como fios esticados entre o céu e a terra. Dessa forma, parecem sustentar o universo.
[...]
Alguma coisa parece erguê-la do toco onde ela está sentada. Ela não se levanta por si mesma, mas sente seu corpo se erguer. De repente, algum impulso a eleva para o alto. Uma pressão debaixo dela.
Ela anda alguns passos. Mas não sente o próprio peso. Pois ela não é só ela mesma. É o solo também. E o solo é como uma perna dormente.
Ela tem a sensação ode caminhar sobre a água. Abaixo dela, o mar, e por todos os lados, o mar. Mas esse mar que ela sente sob seus pés, essa profundidade que a sustenta – é um mar, uma profundidade em si mesma.
Uma parte de seu eu parece sair de si – e ser absorvido por algo maior. Assim de alguma maneira, ela desaparece, não está mais aqui. Parece perder a sim mesma, como uma gota no mar, e não apenas uma gota.
Jenny não é mais. E ao mesmo tempo ela é o todo. Como uma gota no mar, e não apenas uma gota.



Trecho do conto O Diagnóstico/ Livro: O Pássaro Raro/ Autor: Jostein Gaarder - Ed. Cia das Letras, 2003.

18 de outubro de 2012

Profecias que sangram
































...às vezes a gente consegue ouvir os gritos de desespero misturados com uma massa homogênea de ansiedade a procura de um sacramento sepultado que está pronto para o despertamento do sono do luto.
E esse resgate é necessário para cumprir profecias do teu amor, do derramar de sentimentos, do incrível...



8 de outubro de 2012

Suor vagaroso



















A suadeira de tuas mãos representava um insegurança predestinada, vagarosa e singela...



28 de setembro de 2012

O muito


















Pra quem não tem um oceano, um copo d'água é muito.


Saudades Vindouras







Hoje estou com saudades de mim mesmo, absolutamente de mim, de minhas lembranças profundas, de meus sonhos insofismáveis, das lágrimas que acreditavam no nascer do sol, do entusiasmo prematuro que me acolhia em fantasias infantis, de afagos desejosos por um alento teu, de esquinas que se encontravam em tuas avenidas largas e iluminadas, de acreditar acreditando, de ventos tempestuosos que me garantiam a sobrevivência bastarda que outrora me jogava contra as marés de um questionamento que não me alegrava em nada.Saudades vindouras, uma corrida em pastos verdejantes, águas tranquilas. Consolo mediador entre eu e mais ninguém. Se encontrar consigo mesmo não é fácil, encarrar o próprio olhar sangra! Não escrevo isso porque estou triste, muito pelo contrario, estou esperançoso por me conhecer, saber quem eu sou, se sou eu mesmo, se minhas intrigas pessoais com minha alma são fantasiosas ou não, preciso saber em mim, preso em mim, abraçado em mim. Só assim, matarei a saudade do meu eu.

25 de setembro de 2012

Direção arisca

























Acabei me perdendo de tua direção arisca, sou vaso pra ficar na mesa, pra ser de certa forma a testemunha da boa conversa, da prosa viva, do encantamento dos teus cachos...




10 de setembro de 2012

1 de setembro de 2012

O regalar dos olhos



















Reconstruo quase que sempre a aurora dos meus entusiasmos e com os mesmos tijolos submeto minhas vontades a uma parede de concreto que não segura nada, nem um prego, nem uma martelada.
Alicerçar os meus pleitos é de imediato e urgente em mim, uma ressurreição das patentes que pulsam em minha garganta, um santo que se esconde em uma fantasia de jardineiro, uma mulher que procura em uma construção humana o filho de Deus, às vezes a gente consegue ouvir os gritos de desespero misturados com uma massa homogênea de ansiedade a procura de um sacramento sepultado que está pronto para o despertamento do sono do luto.
E esse resgate é necessário para cumprir profecias do teu amor, do derramar de sentimentos, do incrível...
Alimento, sangue e lágrimas, uma alegria repentina toma conta do rosto que chora pela despedida do outro que se tornou inocente a favor do injusto, o que espera a revogação da morte, do mistério do despertar, da esperança esperada e submetida ao clarear do sol.
As nuvens observam com o regalar dos olhos e também esperam o estremecer dos sentimentos, a chuva espera para regar teu rosto ressurreto e aparentemente sincero, cordeiro e leão, asas do vento. Os meus lábios não dizem nada, e as miríades que estão ao meu redor protagonizam cenas de triunfo, a vida voltou.


  

31 de agosto de 2012

Cantigas empoeiradas























Sabe a sinfonia de tua reverberação libertadora que outrora me entusiasmava, que me introduzia ao teu imaginário sem fala, porém em gestos que me possuía por inteiro? Foi percebido em escritura, está entre a passarela do meu bem querer e do meu longe afeto desassociado que borbulha de instante em instante à procura de uma satisfação maior, que me subjugue aos fragmentos de dádivas da loucura do amor próprio, em consequência mista e aquarelada em tuas paisagens pessoais e intransigíveis do falar, trouxeram fábulas transcendentes ao meu início. São datas festivas, a alegria de o teu palpitar emotivo e maçante, do teu velar, de tuas conjugações na primeira pessoa, isso expressa teu individualismo sossegado, teus segredos escondidos. Não foi de o muito falar que me acostumei com tua conversa, até hoje me perco em teus dizeres encantadores, de tuas cantigas empoeiradas, do carregamento de conteúdo que me propôs em meados de uma aventura épica que de nostálgico compulsivamente estalava minhas algemas. 



25 de agosto de 2012

O Júbilo Sagrado






























Sagrado porque não é terreno. O que é sagrado é divino. E essa alegria é divina.
É júbilo porque satisfaz e surpreende.
Júbilo é a dança dos pastores de Belém do lado de fora da estrebaria; é Maria velando o sono de Jesus na manjedoura; é o louvor de Simeão ao Rei que está para ser circuncidado; é José ensinando ao Criador do mundo com manusear um martelo.
Júbilo é olhar para o rosto de André obse
rvando que a cesta de pão não ficava vazia; é ver os convidados das bodas beberem o vinho que havia sido água; é ver Jesus andando sobre as ondas do mar com tanta naturalidade como se estivesse passando por uma porta; é um leproso ver um dedo perfeito onde existia apenas uma protuberância... uma viúva alimentando hóspedes com a comida preparada para um funeral... um paraplégico dando saltos. Júbilo é ver Jesus fazendo coisas impossíveis, de maneira fora do comum: curar um cego com saliva, pagar impostos com uma moeda encontrada dentro de um peixe e retornar dentre os mortos disfarçado de jardineiro.
O que é júbilo sagrado? É Deus fazendo o que os deuses só poderiam fazer em seus sonhos tresloucados – usar fraldas, montar jumentos, lavar pés, dormir sob intensa tempestade. Júbilo é o dia em que acusaram Jesus de se divertir demais, de freqüentar muitas festas e de gastar muito tempo com as multidões “embriagadas” de alegria.
Júbilo é o trabalhador receber o salário de um dia havendo trabalhado apenas uma hora... o pai removendo do filho pródigo o mau cheiro dos porcos... o pastor fazendo uma festa por haver encontrado a ovelha perdida. Júbilo é descobrir pérolas, um talento multiplicado, um mendigo indo para o céu, um criminoso no Reino de Deus. Júbilo é a surpresa estampada no rosto de pessoas comuns na rua ao serem convidadas para o banquete do rei.
Júbilo é a mulher samaritana de olhos arregalados e sem fala, a adúltera saindo do seu confinamento, é Pedro aventurando-se em águas geladas para chegar perto de alguém a quem antes negara.
Júbilo sagrado é a Boa-nova entrando pela porta dos fundos de seu coração. É aquilo com que você sempre sonhou, mas nunca esperou que acontecesse. É o que é bom demais para ser verdade. É ter Deus como Substituto de emergência, Advogado, Pai, seu maior Fã e seu melhor Amigo. Deus está ao seu lado, em seu coração, diante de você e protegendo sua retaguarda. Há esperança onde você menos esperava encontra-la: uma flor no caminho da vida.
É sagrado porque somente Deus pode concedê-lo. É júbilo porque emociona. Por ser sagrado, não pode ser roubado. Por ser uma emoção, não pode ser predita.
Foi essa alegria que fez o povo dançar na travessia do mar Vermelho. Foi essa alegria que fez o povo tocar a trombeta em Jericó. Foi esse segredo que levou Maria a cantar. Foi essa surpresa que criou um clima de primavera na manhã de Páscoa.
É a alegria de Deus. É o júbilo sagrado.

Trecho extraído da Obra O Aplauso do Céu, Max Lucado.



18 de agosto de 2012

A clandestinidade da tua permanência

























Uma desvantagem tão repentina nos aguardava de manhã, não se tinha ao menos uma ideia na “cachola”, era óbvio, porém o que mais me encantava era a maneira inocente e assídua que clareava tua permanência selvagem e perpetua em meu quarto, somente eu e você, nossas intenções, jogo nosso. Os ponteiros do relógio me castigavam, e gritava à medida que minha permanência sacudia teu prazer, de fato eu era um clandestino, e não entendia o porquê de tudo aquilo está acontecendo de forma voraz, porém meu desprendimento era necessário para que a boa amizade continuasse.  A meu ver a clandestinidade se torna fabulosa, é preciso ser clandestino de vez em quando, é satisfatório de corpo e alma esse formato de inexistente que carregamos em determinados momentos de nossas vidas, e ininterrupto por falta de opção, e nos acovardamos por não saber gritar o clamor da reverberação engasgada. É uma desvantagem tão repentina! Sou clandestino de mim mesmo, de corpo e alma, sou essa reverberação de caráter clandestino, marés relutantes, de incógnitas indecifráveis, e você minha companheira é assim também, e todas essas questões que estão sendo discutida em juízo, minha litigiosidade efêmera. O que eu mais queria, o que mais eu angustiosamente precisava era devorar tua paciência, só assim me sentiria aliviado, e venceria essa desvantagem singela que permeava na mesa, na xícara de café que na exatidão do momento de rendição, foi lá que nos perdemos. 



3 de agosto de 2012

A fantasia do florescer






















É fascinante a forma como o curso da vida floresce tão rápido, é fantasioso no sentido que não retirar as mascaras colada em uma face enrugada pelas injustiças e pela morte que ambas as partes que se revelam, às vezes me pego entre mascaras e a pele enrugada, e não sei em quem devo escolher confiar. Mas, acabe escolhendo uma delas. Talvez se torne uma espécie de encorajamento para uma atitude confeccionada em seda, sob o qual se destina uma pequena amostra do que fazer realmente. 





Cladestinidade caótica



















Mudanças são inevitáveis, eu sei disso. Vento involuntário não se desvia, aparentemente devo aguentar. Por isso, que costumo subir colinas verdejantes salpicadas pela a alegria das manhãs, dos cantos que rasgam minha tímida maneira de observar o horizonte a minha frente, ato esse mais audacioso que muita gargalhada falsa embutida em raízes clandestinas de um imaginário caótico e medíocre. 




23 de julho de 2012

Procrastinação autoritária





















Adiou-me simplesmente por não ser a ideia intocável de tua alma.
Adiei-te, pois não submergi o necessário, não mergulhei em ti no instante profundo...



20 de julho de 2012

A abstinência de tuas cores



















É de se admirar a substância que coagula em tuas veias, e embora se torne um emaranhado de superstições, eu conjugo teus verbos no futuro do pretérito do indicativo, para não criar uma falsa esperança do melhor que poderá não amanhecer em dias nublados e sem a síntese do despertar. Já passou do vital o meu procurar pela tua ressonância nobre que prendeu meu entusiasmo selvagem, descubro que com o passar dos vendavais me torno mais flexível com a tua paciência e isso dificulta e muito o meu comportamento pela tua fuga que antes me deixara perplexo, e ao mesmo tempo sem um travesseiro para dormir. E o que mais me mantinha satisfeito não poder entender de fato o que passara em tua cabeça quando me perdeu em águas tranquilas, quando me perdeu em tuas cartas longínquas, em tuas cores vibrantes e aquosas. Sou culpado, réu de julgamentos de tua consciência pagã, mas sabias tu que minha alma era errante e andarilha de gerações, antigo como passado já vivido. Admiro-te. Sabes me castigar muito bem, andorinha minha, liberdade nossa. Sabes me manter em cadeias por ti, sabes que ando descalço e que feri meus pés por te procurar entre os espinhos, entre os cacos que antes dera valor absurdo e vocacionado de uma frágil e contabilizada infame crueldade. Meus murros não sobreviveram sem tuas cores, minha primogênita.