21 de abril de 2011

Serei essa sonoridade aparente, e ao mesmo tempo contida em uma garrafa, e preso por uma rolha.
Ser-lhe-eis como um quadro de um artista famoso deixado no canto da sala. Impreciso. Insolúvel no que diz respeito de minhas escolhas que me trazem memórias errôneas de uma parte de minha vida obscurecida pelo simples. É de se admirar que cavo minha própria cova diariamente, quando caminho descalço ao ar livre e tenho a sensação, louca sensibilidade de ser um disco riscado, uma vitrola extinta.
Confesso: já imitei temperamentos alheios, já cometi pecados imperdoáveis, contudo O olhar de Deus persegue-me com afeto, o mesmo sentimento paterno do princípio quando o aceitei em meu peito, na noite da decisão. E de lá pra cá tenho presenciado a renuncia da carne, que gela-me os ossos. E só quem renuncia é que se sabe dar valor necessário à essa causa tão urgente.
O morrer de contínuo é encaixe para o esquecimento de um timbre de agonias infames, que não trazem brilho há vida. Há tão sonhadora vida. 

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