8 de outubro de 2011

Melancolias ou Nostalgias

Por: Carla Reichert



Ah o amor ausente,
onde ficaram as emoções?
Será que nunca mais serão sentidas?
Não as emoções mornas, que não são verdadeiras...
mas forçadas.
Frutos de amores inventados para não ver mais passar o tempo
e a dor de uma ausência conformada.
Ah, lamentam os enamorados que já não suportam mais lembranças doces,
pois estas foram ultrapassadas pelas confusões de um triste e necessário fim.
Hoje colocam-se nas janelas olhando horizontes, entre mares e montanhas...
e somente lá, na linha deste horizonte conseguem digerir lembranças.
Longe e eterno.
Todos estes sentimentos guardados em compartimentos separados.
Sorrisos e olhares, sempre eles, estarão eternamente na primeira imagem,
a única e que nunca finda.
Somente por esse quadro, fotografado na memória de tudo que vale ainda relembrar.
Não é pensado, somente surge ao ler belas poesias.
Depois fecha-se o compartimento e nada mais pensa.
Volta para a redoma de cristal, este ainda intacto, das memórias boas.
Os cristais quebrados foram recolhidos, para que permanecessem vivas
a época de um amor, que mesmo em turbilhão sempre foi exato na sua forma.
Não passam de visitas ao passado, pois memórias não se apagam.
Pois onde mora a melancolia, uma certa nostalgia  sem saudades alguma.
Apenas emoções, um carrocel delas. Nada causam, somente uma dose notívaga de recordações,
que para nada servem, são somente recordações.
Elas estão lá, vão permanecer lá, até que a criatura personagem da estória continue viva.
Pois este amor já é morto.
E não há que ter medo da morte, faz parte da vida. Tudo que nasce, cresce, acaba virando cinzas.
Não foi tempo perdido, foi aprendizado de um tempo marcado, com isto só se pode mesmo aprender que amores não necessariamente ficarão juntos. 
Eles moram em pessoas e elas são cheias de defeitos, mesmo que algumas jamais admitam sua parte de erros. Ainda que continuem com as mesmas teclas do piano quebrado, que nunca foi consertado, que diz que o desafino é somente do violão. 
Amor desafiador que nutre-se de fotos absurdas, clicadas pelo olhar da algoz da tua alma.
E que na era dos tempos modernos, usa-se das imagens do olhar que somente a muda musa algoz captou.
Muda e nem um pouco perplexa ela não assiste mais a tais banalidades de vinganças baratas.
Não passam de restos, as migalhas que os ex enamorados decidem noticiar em mundos virtuais, quase nunca tão reais assim. 




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