Sempre há dentro de nós uma imensa vontade de estourar, e
esse estouro é para nossa própria sobrevivência. Digo sempre um turbilhão de
palavras a você para não me engasgar com minhas dúvidas, pois as palavras nem
sempre serão um escada de saída, elas poderão se apresentar como lanças, cujo
alvo é a própria alma do outro, da imagem que se reflete no espelho do quarto
da prostituta, da outra.
Aventurar – se é vivido de várias formas e tamanhos, de colapsos,
de sangramentos, de pedradas, de gritos ensurdecedores que gemem o nosso
íntimo, ai nos tornamos essa geladeira ambulante que de lá pra cá não se vive,
não se respira suavemente, só se cospe, só se mata.
Tá na hora de abrir tuas janelas antigas e culminadas pelo
tempo angustiante, minha querida vontade de voar, minha ressonância de
reverberações incontidas no meu olhar dimensional. E saindo desse teu olhar
religioso e tendo uma súbita presença do Divino a direcionar a queda da cachoeira,
do luar que queima na fogueira e com ela o agarramento predestinado de minha
busca pela tua pele, e os seus gestos de retribuição ao meu favor.
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E essa passagem te eternizará...