O que tiro me mim
mesmo nem sempre será o feliz exposto em uma mesa, nem sempre será o diálogo
vindouro. O meu tiro eu tenho certeza que poderá te acertar, poderá de alguma
forma tornar a morte uma realidade, nesse teu presente esfarrapado e incidentado.
É por isso que me distancio de teus prazeres como o diabo foge da cruz
redentora, fujo com todas as minhas roupas sujas, para que depois eu não venha
a me arrepende do que eu fiz, do que tramei. Arrepender-se não tem volta,
arrepender-se é roupa mal lavada. Não é escudo, é o distanciamento que
acorrenta nosso cotidiano insuportável de alguma forma. Atiro-me de alto a
baixo, sem culpa de ter deixado de lado algum sonho impossível, de fragmentos que só feriram meus pés.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
E essa passagem te eternizará...