Poderia ser uma nuvem, o veneno mortífero, e principalmente
o conta-gotas da alma, e aliviaria teu ânimo dobre, e de fato salgaria teu
paladar, seria suficiente poesia concreta que desfragmentaria tua memória a
pleno vapor. Caracterizaria o teu pulmão, e não obstante cavaria um buraco
nele, eu saberia exatamente o que plantar. Saberia defini-lo sem prestígio que
a única atitude que nos aliançaria fosse à comunhão entre sua suprema e burocrática
inteligência, um fato social. A ligação dos fios já emaranhados causa uma
confusão inacreditável em minha forma de conduzir o céu sobre minha cabeça, e
eu não conduziria absolutamente nada ao ponto de exclamação vivo em minha visão
cansada e sonhadora. Usaria a anestesia para
dormir um pouco, pra refletir o correto a ser olhado – o que eu realmente
anseio é poder um pouco de nuvem e coloca-la em um frasco. Saberia que o
encontro do vidro com o ar seria inevitável.
É banco de praça, descanso pra alma cansada, e sem cerimônias
arrojada por escolhas. E escolhas na verdade são os furos em ponta de faca, na
ponta do agudo; agudo que entra sem pedir licença no ouvido, no lugar obscuro
da espiral latente que ouve tudo, que sente os sussurros serenos da noite
prazerosa. Escondo-me em minhas lembranças, pois eu sei que elas se vestem de
branco de linho fino.
Escondo-o na matriz das falas que não decifraram o teu
linguajar coloquial, estando eu na plenitude que escolhi viver foi-me gerado
uma fome muito grande, e ao mesmo tempo uma procura terrena incrível, pois há
pessoas que conhecem a postura dos santos muito bem, sabe de cor e salteado, porém
não sabem a essência da nuvem branca, nem colocam uma escada para alcança-la,
esquecem que a única e persuasiva caminhada é a que não temos obrigação
nenhuma, não temos uma gota de ação para transcrever o que o peito quer
anunciar, que alucinar ao outro.
Prefiro ser uma nuvem!
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E essa passagem te eternizará...