Eternizado!
27 de agosto de 2017
19 de julho de 2017
19 de março de 2017
Sobre o novo
...paramos
para observar o movimento da vida e as paisagens incomuns que ela nos traz –
pontos de conexão e atos gratuitos que nos presenteiam, uma legenda anônima que
traduz o que esperamos e para onde vamos...
28 de fevereiro de 2017
Terminal sépia
Intriga-me o término das “coisas”, a evolução dos processos
e a correria dos pés.
O distanciamento das embarcações, as milhões de ondulações
das águas, esse estilo de movimento que acontece escondido nos instantes, no
salpicar dos gestos, na aderência dos abraços.
A rapidez do término é assustadora... não eleva em consideração
o tempo dedicado, suga as escolhas com força, canudo na boca da desesperança.
O movimento que se iniciou em uma das mãos se finda na
outra, o pôr do sol alaranjado é apenas o traço de vários quereres, de vários
desejos, de várias expectativas.
No terminal há uma pausa fúnebre e tênue, a presença dos numerais
são os brincos que referenciam a memória que se esquece dos pontos que se
iniciam e se partem, o murmúrio das vozes que conversam, sem cessar, no final é
coagulante, visceral.
A saudade pertence ao terminal sépia, o terminal tipográfico
curvado na lousa dos ensinamentos...
Afluente criativo.
Deparei-me com aquilo que não existia, o ar era simples com
rabiscos claros, a montanha vista de cima me dizia frases sem sentidos, um
dialeto refeito, porém sem leitura.
Dos braços de rios que nutriam o afluente criava-se a
vitória régia, gotejante... gigante...viva.
Os pássaros me ajudavam a
compreender a liberdade, o frio na barriga me pôs em alerta, e instantaneamente
parei, livre na natureza, sem tempo ou estações.
Apreciei as cores do existir,
aquilo que a existência fez.
Das penas das aves os peixes saiam, sem a presença de água.
A sincronização das coisas me deixava sem ação, predestinado talvez a só observar.
18 de fevereiro de 2017
Lendo o outro.
Calmo, líquido e sinestésico, ele buscava o silêncio das coisas. Tinha alguma razão para procurar o repouso.
Calado como sempre, ninguém o interpretava, conseguir alguma coisa dele não era fácil.
Rápido no olhar, e com ligeireza nas pálpebras lia as pessoas, nos gestos, nas intensões, no verbo.
Calado como sempre, ninguém o interpretava, conseguir alguma coisa dele não era fácil.
Rápido no olhar, e com ligeireza nas pálpebras lia as pessoas, nos gestos, nas intensões, no verbo.
25 de março de 2014
Do peito ao choro...
Tinha-se uma parte de um prazer
nada satisfatório. Corria-se uma corria em suas veias. Secreta e coagulante, perturbante
e paralisante. Ventos, agonias, premeditações e paralelogramos de uma vertical
criada por mim, e vivenciada pelos meus algozes misturados com pedaços do que
sobrou dos meus amigos. Não procuro a angustia, nem tão pouco a ansiedade, o
que me satisfaz é a melodia que ouço todas as vezes que penso em desistir, mas
a pergunta deve está em sua cabeça agora? Porque não? De onde vens? Por onde
cavalgou peregrino? Vou responder o que falo a todos, a canção e as notas finas
que ouço reproduzem o calvário. O choro do pai. O desespero da mãe. O sangue do
filho sobre o madeiro. Um resultado de amor digno e de marteladas em um orgulho
primitivo e insensato. A canção do sacrifício sempre soou forte e interrogativo
sobre meu peito, eu era indigno de aceitar tal gesto prudente, e misterioso que
era me prendi no acreditar constantemente. A brisa fúnebre do jovem morto me
intrigava com o passar dos compassos que a música seguia. Os céus não eram
azuis, as águas dos mares se retearam em silêncios, as cortinas do destino se entrelaçaram
com a tentativa de barra a ascensão do fôlego da raiz de Davi, a bandeira em
seu terreno se azurrava à medida que os ventos a agitavam. A melodia percorria
os gramados, se dedilhava sobre as harpas, nos gritos de uma multidão cega e corrompida
pela cólera, respiração de assassinos sedentos por um gemido frio e preciso. As
notas não sessaram, o piano contemporâneo seguia sua trajetória, era um passo atrás
do outro, uma tempestuosidade.
Assinar:
Postagens (Atom)