Tinha-se uma parte de um prazer
nada satisfatório. Corria-se uma corria em suas veias. Secreta e coagulante, perturbante
e paralisante. Ventos, agonias, premeditações e paralelogramos de uma vertical
criada por mim, e vivenciada pelos meus algozes misturados com pedaços do que
sobrou dos meus amigos. Não procuro a angustia, nem tão pouco a ansiedade, o
que me satisfaz é a melodia que ouço todas as vezes que penso em desistir, mas
a pergunta deve está em sua cabeça agora? Porque não? De onde vens? Por onde
cavalgou peregrino? Vou responder o que falo a todos, a canção e as notas finas
que ouço reproduzem o calvário. O choro do pai. O desespero da mãe. O sangue do
filho sobre o madeiro. Um resultado de amor digno e de marteladas em um orgulho
primitivo e insensato. A canção do sacrifício sempre soou forte e interrogativo
sobre meu peito, eu era indigno de aceitar tal gesto prudente, e misterioso que
era me prendi no acreditar constantemente. A brisa fúnebre do jovem morto me
intrigava com o passar dos compassos que a música seguia. Os céus não eram
azuis, as águas dos mares se retearam em silêncios, as cortinas do destino se entrelaçaram
com a tentativa de barra a ascensão do fôlego da raiz de Davi, a bandeira em
seu terreno se azurrava à medida que os ventos a agitavam. A melodia percorria
os gramados, se dedilhava sobre as harpas, nos gritos de uma multidão cega e corrompida
pela cólera, respiração de assassinos sedentos por um gemido frio e preciso. As
notas não sessaram, o piano contemporâneo seguia sua trajetória, era um passo atrás
do outro, uma tempestuosidade.
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