... me apaixonei pelo escondido, pelas mãos dadas e pelo
recostar de tua cabeça sobre meu peito.
25 de junho de 2013
Veias tempestivas.
A miséria clandestina dos pensamentos o angustiara por anos,
e em soluços os despiu de seus conhecimentos efervescentes, algo incomum
naqueles dias tempestivos. O que
admirava era o porquê de tudo aquilo, e isso ia de dó solitário que ele sentia
a pena involuntária que percorria em suas veias. As borboletas no estômago não eram
por uma nova paixão, e sim, pela indignação anônima que o sondava e que se
tornara uma perseguição doentia entre o vamos
realizar e o recomeçar de novo.
Páginas 12 e 22
A Língua se invoca
com a textura do ontem, e discorrer já era uma escolha que não tinha
muito haver com o presente, dessa forma se acostumou com o tudo demostrado
entre as páginas 12 e 22, segredos sob os quais eu nem ouço falar. A Língua se
torna misteriosa com o tempo, com os dias... Preocupo-me em olhar para ela, já
a encarrei por demais, e hoje, olhar para ela me custa muito, me explora muito. A Língua me entrelaça.
22 de junho de 2013
Referências do outro.
Por uma reviravolta pensativa
caminho na direção peculiar de todos os argumentos ao meu favor. O nu é
necessário para o suprimento de minhas fantasias, o toque nostálgico na pele
são as referências que preciso para ler o outro.
Do existir límpido.
(...) E depois de muito tempo a gente
renasce com uma força tamanha, as cinzas sofrem transformações e ganham cores
vivas e silenciosas, procuro em meu corpo as marcas do tempo, os arranhões das
desculpas e as dores da decepção – não as encontro mais. Misteriosamente do meu
corpo brota uma fonte límpida, sincera e coagulante. Percebo os tons de vida
que pronuncio dos lábios calados pela repreensão, e juro por mim mesmo, que os
céus serão a referência esmagadora de minhas atitudes flageladas, porém de
triunfal gesto subtraio das frases que perdi, as angustias que passei. Nos meus
resultados se encontram o existir.
21 de junho de 2013
A Fragrância do tenor.
O segredo minucioso optou em
demostrar sua sutileza nos atritos das cordas vocais do tenor sem vibrato, com
isso a instrumentalidade de ambos foi jogada à prova. Do que discorre não se
utiliza do ligeiro ato de se doar, porém a entrega de ambos é avassaladora,
pois as correntes que outrora os prendiam silenciosamente se escorregaram,
tornando-os livres por si só. Na penumbra não sabemos o que fazer. Esse
fazer nos direcionará ao acordo, ou a rendição do diálogo presunçoso. Bem que
eu disse a mim mesmo sobre as fantasias que flutuavam ao redor, nos mesmos ares
outonais de uma estação sufocante e passageira, então descobre-se que tudo era normal – discordei da tua fragrância.
19 de junho de 2013
Do silêncio necessário.
Preferiria a dormência de meu corpo
no sofá marrom aveludado de minha sala, e sem me entregar ao conteúdo cansativo
da televisão, procuro-me e enxergo-me nas páginas de um livro aberto no centro
do ambiente amarelado do presente, e desse entrosamento da visão com os verbos –
perco-me. O “tic-tac” do relógio
congela-se, tenho em mim o silêncio necessário para escapar do barulho covarde
que tenta penetrar em minha concentração, e nesse cenário a única coisa que desvia
meu olhar atento é o vapor tímido que flutua da xícara de chá que repousei ao
meu lado, e percebo que ela merece ser o meu único ícone apaixonante sob o qual
meus lábios irão experimentar de fato seu gosto, sua textura, seu aroma.
Sopro acalentador.
E sobre o cochilar de tuas
pálpebras o meu sopro acalentador anestesiava tua afeição infantil e desprotegida.
E imaculado que era, peguei-te pelo colo, a intenção que me vinha à mente eram
as mais nostálgicas possíveis – tudo aquilo era real.
O desfragmentar do gosto.
Em cada gole um protesto
interior. No primeiro e segundo a língua ferve, no oitavo e no nono o gosto se
desfragmenta, o interior se apaga. A lembrança da memória se torna atônita por
não saber em qual região tinha se perdido por completo o sono inquestionável do
cansaço predileto, mas por vezes inquieto por desvalorizar o que já viveu. É água,
é céu, é terra. Tudo junto e misturado como se não houvesse uma cicatrização
para barrar os sangramentos do que está indo camuflado, e ligeiramente
escondido nas páginas do prefácio cansativo e molhado pela saliva do sino e dos
ventos entregue de bandeja ao pacato sem vida e desértico.
Ventos azuis.
No decorrer da entrega as mãos
quentes e suadas interpretam bem o querer, elas sabem discernir as intensões
mais provocativas da intensão que visualiza as práticas, e aderem a suas formas
e tamanhos preservados. Algumas das quais eu não tenho princípios de interromper,
ou se quer de renunciá-las, de certo modo tenho tudo gravado nas paredes de
minha ignorância adormecida, e escandalizada pelas que foram jogadas pela
furiosa presença dos ventos azuis, que reinavam sobre minha temperança
acovarda.
17 de junho de 2013
O menino e o desencontro.
Tenho orgulho do mesmo, do sou e do eu. Do menino e suas apaixonantes
aventuras, do jeito inocente que se olhavam, e da maneira como o coração
pulsava, corria das veias do menino a vontade necessária para o abraço imaculado
de seres que precisavam ser o que deveriam ser, que deveriam repartir um com o
outro. Tudo se torna belo ao lado menino,
as águas festejam com sua chegada, os ventos aplaudem quando ele sorri, e se descobre
que o menino sou eu mesmo, ou pode ser o outro.
Tenho orgulho do mistério que ele é pra mim, do assobio das palavras tremulas e sem pontuação. Desconfio de mim, pois os segredos de emolduram na garganta do menino, congestionam e se precipitam dentro do meu peito, e venero o recostar do menino, aquele calor gerado do querer, leio na poesia e nas canções que o menino é meu. Engavetado, percorro com entusiasmo a frenética maneira de demostrar em tua afeição a procura de desfazer as frases que escrevi, programar nossas idas e vindas sem o relógio nos denunciar, encontro por vezes o menino sentado esperando a doação do outro, e nesse desencontro carbonizo a acidez da fala sem conteúdo, e gesticulo milhares de vezes, pois preciso da atenção de mim mesmo. O menino se torna existencial em mim.
15 de junho de 2013
Opus #01
Tão distante o bastante, vulnerável de dá uma pena extinta
que instiga os arrepios da pele, e os rastros do suor da testa ainda agitada, nocauteavam minha espera irregular e fantasiada de privilégios temporários. As palavras
não circulavam de seus verbos, e do parafrasear não se tinha o bastante para a
compreensão satisfatória, e de certa forma corroída pela ansiedade peculiar de
um ajudante sem o recebimento de seu salário.
Opus #15
Espere um pouco, espere velozmente! A única chance que tinha
era a importância que se dava a ele mesmo, um egoísmo gélido e ignorante que
predominava em suas veias, uma pele sem vida, apodrida e fervida, atos inodoros
sem uma liberdade de amanhecer em nossos dias, em nossos sonhos triunfais
que se perdiam nos naufrágios dos pensamentos.
14 de junho de 2013
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