Sobre uma tarde qualquer os acenos diziam frases por si só,
e somente em teu plantio existencial eu depositava esperanças, era o mesmo
vento e dizeres que me acompanharam a vida toda, que mexiam comigo de forma
paralela aos meus anseios pessoais deixados em uma dessas travessias comuns.
O verde da ponta do meu lápis se fazia presente em meu
calendário, eu mesmo observava o esforço que era pra tentar esquecer os
fragmentos de uma memória moída pela indignação que mais tardia que fosse apodreceu
minha vivência, minando-a, dilacerando-a, rendendo-a há caprichos aprisionáveis
que não me tirava da cabeça a nossa canção, o nosso testemunho.
Registros e marcas inconscientes, que nos deixam consciente da tamanha infinitude e imensidão que a vida é, são migalhas de pão que deixamos por entre nossos caminhos, para que sempre voltemos atrás. A diferença é que os lares estão de passagens; vez ou outra, encontramos, no lugar do tudo, o nada. Ou vice-versa. Os significados e sentidos são apreciados de forma opulenta, uma vez que nossos interiores inconstante, nessas constantes mudanças, mudam. Há de preservarmos as cicatrizes que nos servem como capítulos de livros. E há de precisarmos, sempre, dessa partilha, em que vários conjuntos e interiores estão constados, ainda que em diferentes sintonias. A vida, na verdade, é toda essa sede que nós possuímos. E toda essas mortes que nos possuem.
ResponderExcluirGostei da literalidade das palavras e da imagem fortíssima!
Turbulências e paz, sempre. Estou seguindo!
Abraços!
Muito Obrigado pelo prestígio!
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