28 de setembro de 2012
Saudades Vindouras
Hoje estou com saudades de mim mesmo, absolutamente de mim,
de minhas lembranças profundas, de meus sonhos insofismáveis, das lágrimas que
acreditavam no nascer do sol, do entusiasmo prematuro que me acolhia em
fantasias infantis, de afagos desejosos por um alento teu, de esquinas que se
encontravam em tuas avenidas largas e iluminadas, de acreditar acreditando, de
ventos tempestuosos que me garantiam a sobrevivência bastarda que outrora me
jogava contra as marés de um questionamento que não me alegrava em nada.Saudades
vindouras, uma corrida em pastos verdejantes, águas tranquilas. Consolo
mediador entre eu e mais ninguém. Se encontrar consigo mesmo não é fácil,
encarrar o próprio olhar sangra! Não escrevo isso porque estou triste, muito
pelo contrario, estou esperançoso por me conhecer, saber quem eu sou, se sou eu
mesmo, se minhas intrigas pessoais com minha alma são fantasiosas ou não,
preciso saber em mim, preso em mim, abraçado em mim. Só assim, matarei a saudade do meu eu.
25 de setembro de 2012
Direção arisca
Acabei me perdendo de tua direção arisca, sou vaso pra ficar na mesa, pra ser de certa forma a testemunha da boa conversa, da prosa viva, do encantamento dos teus cachos...
12 de setembro de 2012
10 de setembro de 2012
1 de setembro de 2012
O regalar dos olhos
Reconstruo quase que sempre a aurora dos meus entusiasmos e com
os mesmos tijolos submeto minhas vontades a uma parede de concreto que não
segura nada, nem um prego, nem uma martelada.
Alicerçar os meus pleitos é de imediato
e urgente em mim, uma ressurreição das patentes que pulsam em minha garganta,
um santo que se esconde em uma fantasia de jardineiro, uma mulher que procura
em uma construção humana o filho de Deus, às vezes a gente consegue ouvir os
gritos de desespero misturados com uma massa homogênea de ansiedade a procura
de um sacramento sepultado que está pronto para o despertamento do sono do
luto.
E esse resgate é necessário para
cumprir profecias do teu amor, do derramar de sentimentos, do incrível...
Alimento, sangue e lágrimas, uma
alegria repentina toma conta do rosto que chora pela despedida do outro que se
tornou inocente a favor do injusto, o que espera a revogação da morte, do mistério
do despertar, da esperança esperada e submetida ao clarear do sol.
As nuvens observam com o regalar dos olhos e também
esperam o estremecer dos sentimentos, a chuva espera para regar teu rosto ressurreto
e aparentemente sincero, cordeiro e leão, asas do vento. Os meus lábios não
dizem nada, e as miríades que estão ao meu redor protagonizam cenas de triunfo,
a vida voltou.
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